Existe um besouro de cerca de um centímetro, encontrado em quase todo o planeta, conhecido como Besouro-Bombardeiro (Brachynus crepitans) que recebe esse nome porque, para defender-se, ele simplesmente atinge o seu oponente, sempre de forma certeira, com um jato de uma substância líquida e tóxica à cem graus célsius. Graças à capacidade de girar a extremidade do abdômen, por onde expele o jato, o alvo pode estar à frente, ao lado, ou atrás do besouro, e será atingido ao se aproximar, e é claro que um jato fervente, tóxico e malcheiroso, afugentará instantaneamente o agressor podendo até mesmo, a depender do seu tamanho, feri-lo com gravidade ou até matá-lo.
Esse sofisticado sistema de defesa funciona da seguinte maneira: no interior do besouro há um par de glândulas em forma de câmaras ou compartimentos. Numa delas fica armazenada uma solução aquosa de duas substâncias chamadas hidroquinona e peróxido de hidrogênio e na outra uma mistura de enzimas. Ao sentir-se ameaçado o besouro segrega um pouco da solução do primeiro compartimento no segundo e dessa forma as enzimas agem sobre a hidroquinona e o peróxido de hidrogênio provocando uma reação exotérmica – que os químicos sabem explicar com detalhes – na qual, a temperatura dessa mistura se eleva rapidamente, chegando ao ponto de ebulição, quando é expelida na direção da vítima.
A sofisticação desse sistema de defesa chega a tal ponto que, essa mistura fervente não fere o corpo do besouro, pois o compartimento onde acontece a reação é internamente revestido de amianto. O besouro-bombardeiro é capaz de expelir essa carga fervente até trinta vezes seguidas com intervalo de poucos segundos entre uma carga e outra.
Somente para efeito ilustrativo, tenhamos presente que para os evolucionistas, toda essa sofisticada parafernália de defesa, foi obra do acaso, secundada pela seleção natural, e em nenhuma hipótese projetada por uma Inteligência Criadora. Cabe aqui uma reflexão sobre causa e efeito. Segundo a teoria da seleção natural de Darwin, numa explanação simplificada, a evolução das espécies é decorrente das pequenas e naturais diferenças entre os indivíduos de uma mesma espécie em que, as diferenças que mais se adéquam à sobrevivência, fazem com que o indivíduo que as possuam, tenham maiores oportunidades de sobreviver e consequentemente maiores chances de se reproduzir.
Como, pelas leis da genética, pais tendem a ter filhos com características semelhantes, essas diferenças tendem a ser reproduzidas com uma frequência cada vez maior, tornando-as cada vez mais acentuadas e frequentes naquela espécie. Esse mecanismo fez, por exemplo, que as criaturas aquáticas que tivessem nadadeiras mais fortes, por isso maior capacidade de obtenção de alimentos rastejando-se por curtas distâncias fora da água, tendiam a se reproduzir com maior frequência, gerando descendentes com nadadeiras cada vez mais fortes, que ao longo de milhões de anos tornaram-se patas. Tudo isso obra de leis naturais – lei da reprodução, lei da hereditariedade, lei da variabilidade e lei da multiplicação das espécies descritas pelo próprio Darwin no último capítulo de seu livro “A Origem das Espécies” em 1859.
Sem maiores considerações químicas e biológicas, tentemos agora imaginar o mecanismo acima descrito, na formação do sofisticado mecanismo de defesa do Besouro- bombardeiro. Teríamos que aceitar que a capacidade de atingir nos seus agressores, jatos certeiros de uma solução fervente, tóxica e mal cheirosa, graças à produção de substâncias químicas específicas, armazenadas em câmaras especialmente desenvolvidas para esse fim, sendo uma delas revestida de amianto, foi uma capacidade desenvolvida inicialmente por obra do mero acaso e, na sequência, por obra da evolução seletiva da espécie, até culminar na versão funcional completa e eficaz que observamos atualmente, tudo em função de leis naturais incriadas, portanto, também obra do acaso.
Isso dá o que pensar!
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